Entrevista com a professora Nilva, candidata a vereadora do bairro Jaraguá

A professora Nilva mora no Jardim Ipanema, Jaraguá, e é
candidata a vereadora nas Eleições 2016.
Partido: Solidariedade (SD)
Número da candidata: 77880
O blogue Jaraguá SP publica a partir de hoje, entrevistas com os candidatos a vereadores que moram no bairro Jaraguá e que irão disputar uma das 55 vagas com quatro anos de mandato na Câmara Municipal durante as eleições de São Paulo, em outubro de 2016.

Realizadas pelo jornalista Marinaldo Pedrosa, que é o editor do blogue Jaraguá SP, as entrevistas serão curtas e ocorrerão em formato multimídia, via Messenger (por escrito), com algumas apresentações de links de matérias, cujos temas os candidatos serão solicitados a comentar. Confira a Lista de Entrevistas com Candidatos a Vereador do Bairro Jaraguá).


A entrevistada de hoje é a Maria Nilva Severino Gonçalves, 58 anos, também chamada na comunidade como professora Nilva. Ela nasceu em 1958, em Reginópolis, interior do estado de São Paulo e mora no Jaraguá, Jardim Ipanema, desde 1979. Frequentou a USP, formou-se em Matemática, Física, Pedagogia e Ciências. É professora da PMSP desde maio de 1982.

Nilva já disputou quatro eleições. Em 2014, por exemplo, ela concorreu a um cargo de Deputada Estadual, para o qual obteve 2.348 votos, o que foi insuficiente para ser eleita. "Estou nessa luta desde o ano 2000", ela diz "a vida política é muito difícil para quem não compra votos com fardamentos, troféus, cervejas e churrascos. Eu não faço isso. Ao proceder assim eu perco votos, mas não perco os meus princípios", completa.

Em 2016 ela é candidata a vereadora pelo partido Solidariedade (SD) sob o número 77880.

Marinaldo Pedrosa (MP): Candidata, por qual motivo você pretende se tornar vereadora? Quais são as suas principais propostas?

Professora Nilva: Quando cheguei ao Ipanema, nós moradores não tínhamos água, asfalto, escola, creche, etc. A vila era muito nova e era preciso correr atrás de coisas básicas. O ônibus, por exemplo, só ia até próximo do supermercado Kibe, que fica na Cidade D'Abril. Naquela época, iniciei um clube de mães e cheguei à presidência da Associação dos Moradores do Jardim Ipanema, cargo no qual permaneci por dois mandatos. Eu trazia multidões para as reuniões e, assim, conseguimos muitas coisas para a região.

No entanto, não podemos parar por aqui. Precisamos de uma subprefeitura própria, de hospital, melhorias no atendimento à saúde da população. Eu tenho um sonho de um dia termos uma linha de metrô por aqui. Como vereadora, poderei brigar com o governo do estado para que isso possa acontecer. Quero ensinar às pessoas que corrupção tem cura. Acredito nisso.

Nós também não temos uma área de lazer, não temos CDM, enfim, precisamos de alguém, seja eu ou outra pessoa, que ame o bairro com intensidade o bastante para levar essas coisas adiante.

MP: Neste contexto, você pretende elaborar e tentar aprovar alguma lei específica? Qual?

Nilva: Precisamos de leis que protejam idosos, portadores de necessidades, jovens e, em especial, uma lei que obrigue os matadores em geral a custear de forma vitalícia a vida das famílias que eles prejudicaram. Eu luto por direitos humanos para as vítimas.

Precisamos de leis que exijam plantio de árvores na cidade, afinal de contas, não se pode viver sem oxigênio.

No mais, pretendo ouvir e fazer valer a voz do povo.

MP: Você se considera uma candidata de esquerda ou de direita?

NilvaMeu partido é de esquerda, mas eu atuo de forma mista. Sou, por exemplo, contra o governo quando o mesmo não facilita a vida do povo. Já fui militante do PT, mas saí fora quando percebi que na vida dos governantes não tem espaço para os menos favorecidos. Saí quando a Erundina era prefeita.

MP: Para finalizarmos nossa breve entrevista, eu gostaria que você comentasse a matéria "Câmara dos Vereadores vira 'templo' uma vez por semana em SP" publicada recentemente. O que você acha dessa situação? Na sua opinião, existe algum problema em se realizar esse tipo de atividade dentro da Câmara dos Vereadores?

Nilva: Oração é sempre bem-vinda, porém, existe local próprio para se fazer isso. O problema é que as igrejas querem as pessoas ao seu lado para, assim, criarem leis que as proteja e, principalmente, que as favoreça. Um exemplo disso é essa questão dos templos não pagarem impostos. Veja o Russomano, a igreja inteira vota nele. Assim fica muito difícil concorrer.

Acesse a Lista de Entrevistas com Candidatos a Vereador do bairro Jaraguá e conheça as propostas de cada um deles antes de votar.

Sobre o Autor:
Marinaldo Gomes Pedrosa Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976.

Comentários

  1. O Solidariedade é um partido novo fundado pelo Sr. Paulinho da Força... colocou Major Olimpio como candidato a prefeito e não atraiu nenhuma coligação pra tentar se eleger, nem mesmo a da Erundina... o "mercado político" classifica o Solidariedade como sendo de centro (nem esquerda e nem direita... nem fede e nem cheira) precisa dizer mais alguma coisa? Partido que não se posiciona + candidatos que não se posicionam = gestão pública fraca.

    Se o Solidariedade eleger alguém, vai ser o Sr. Valdir que é irmão do Paulinho.

    Precisam de 105 mil votos pra colocar alguém na Câmara e vai ser só pra fazer número, percebe-se?

    Partido de Centro, sem apoio da esquerda ou da direita não aprova nada!

    Mesmo assim, lhe desejo boa sorte candidata. Ter a coragem de se posicionar na política em um partido fraco e sem ideais, sabendo que não terá a mínima chance de se eleger (nem que conseguisse 50 mil votos) é louvável.

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