Aconteceu nos dias 21 e 22 de outubro de 2017, na aldeia Itakupe, a 4ª edição do projeto Cultura & Conceito com tema "O Jaraguá é Guarani" organizado pelos grafiteiros Dinas Miguel, Kadu Batista e Rafael Fernando Saes. O evento reuniu mais de 100 artistas urbanos em torno de vivências culturais com temática voltada para as questões indígenas.
Cerca de 50 dos 100 artistas que estiveram no local eram grafiteiros, que foram para lá para pintar as 13 casas indígenas construídas pela organização internacional TETO. Muitos deles passaram o sábado (21) o dia inteiro e depois pernoitaram na aldeia, "participamos de rituais, conhecemos a casa de reza, fizemos trilha até um lago que eles têm em meio a mata", conta a artista plástica de Itanhaém, DrillDrix.
Para Mari Pavanelli, a experiência foi uma troca muito rica, "tivemos essa oportunidade de conhecer a cultura deles ontem e hoje nós estamos mostrando um pouco da nossa cultura para eles", explica, "o que eles nos ensinaram é que todos somos um. Aqui, tudo eles fazem juntos. Eles se escutam muito, contam histórias, cantam músicas, fazem refeições juntos, o que para nós, que vivemos em outro sistema, na cidade, é um resgate da essência da vida, que é amar ao próximo", completa.
Mari As Gordinhas pintou, em uma parede de outra residência, uma índia gordinha cercada de flores. Ela conta que seus desenhos, feitos dessa forma, têm muito a transmitir empoderamento às mulheres, "costumo pintar garotas gordinhas e peladas para mostrar que a mulher é livre para ser como quiser", diz.
Já em uma terceira casa, ali perto, os artistas plásticos Nomade Griot e Tody One disseram que fizeram todo um trabalho de reconhecimento dos maiores problemas da aldeia na atualidade antes de pensarem no desenho que produziriam para o lugar. Segundo Nomade, eles quiseram criar uma coisa que realmente fizesse sentido para os moradores e não apenas um desenho bonito.
"A ideia desse grafite relaciona-se ao enfrentamento", revela Tody, "ele expõe um juruá (não índio) se colocando em uma posição de que ele não é o dono dessa terra e chegando à conclusão de que os verdadeiros donos dessa terra são os guaranis".
Além das intervenções de grafite, o Cultura & Conceito 2017 (4ª edição) também contou com apresentação de documentários, discotecagem com Dj Makola, venda de artesanatos, pinturas corporais, contação de histórias, slackline, Samba do Congo, Dança Tangará, Dança Xondaro, luta corporal Uca-Uca e shows de rap, entre outras atrações.
Caso você queira ver mais grafites e fotos gerais desse evento acesse o álbum do Jaraguá SP Post ou a fanpage do projeto Cultura & Conceito no Facebook.
Sobre o Autor:
Grafite da artista plástica Mari Pavanelli. Foto: Marinaldo Gomes Pedrosa |
Cerca de 50 dos 100 artistas que estiveram no local eram grafiteiros, que foram para lá para pintar as 13 casas indígenas construídas pela organização internacional TETO. Muitos deles passaram o sábado (21) o dia inteiro e depois pernoitaram na aldeia, "participamos de rituais, conhecemos a casa de reza, fizemos trilha até um lago que eles têm em meio a mata", conta a artista plástica de Itanhaém, DrillDrix.
- Leia também: "7 feras e 1 bela do grafite do bairro Jaraguá"
Para Mari Pavanelli, a experiência foi uma troca muito rica, "tivemos essa oportunidade de conhecer a cultura deles ontem e hoje nós estamos mostrando um pouco da nossa cultura para eles", explica, "o que eles nos ensinaram é que todos somos um. Aqui, tudo eles fazem juntos. Eles se escutam muito, contam histórias, cantam músicas, fazem refeições juntos, o que para nós, que vivemos em outro sistema, na cidade, é um resgate da essência da vida, que é amar ao próximo", completa.
- Leia também: "O que é o projeto Cultura & Conceito?"
Mari As Gordinhas trouxe para a aldeia o tema do empoderamento das mulheres. Foto: Marinaldo Gomes Pedrosa |
Mari As Gordinhas pintou, em uma parede de outra residência, uma índia gordinha cercada de flores. Ela conta que seus desenhos, feitos dessa forma, têm muito a transmitir empoderamento às mulheres, "costumo pintar garotas gordinhas e peladas para mostrar que a mulher é livre para ser como quiser", diz.
Já em uma terceira casa, ali perto, os artistas plásticos Nomade Griot e Tody One disseram que fizeram todo um trabalho de reconhecimento dos maiores problemas da aldeia na atualidade antes de pensarem no desenho que produziriam para o lugar. Segundo Nomade, eles quiseram criar uma coisa que realmente fizesse sentido para os moradores e não apenas um desenho bonito.
"A ideia desse grafite relaciona-se ao enfrentamento", revela Tody, "ele expõe um juruá (não índio) se colocando em uma posição de que ele não é o dono dessa terra e chegando à conclusão de que os verdadeiros donos dessa terra são os guaranis".
Para os grafiteiros Nomade e Tody, os juruás precisam reconhecer que a terra não é deles. Foto: Marinaldo Gomes Pedrosa |
Além das intervenções de grafite, o Cultura & Conceito 2017 (4ª edição) também contou com apresentação de documentários, discotecagem com Dj Makola, venda de artesanatos, pinturas corporais, contação de histórias, slackline, Samba do Congo, Dança Tangará, Dança Xondaro, luta corporal Uca-Uca e shows de rap, entre outras atrações.
Caso você queira ver mais grafites e fotos gerais desse evento acesse o álbum do Jaraguá SP Post ou a fanpage do projeto Cultura & Conceito no Facebook.
Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
Comentários
Postar um comentário