Estudantes de Turismo da PUC-Campinas realizam campanha do agasalho em prol dos indígenas do Jaraguá

O bairro possui quatro aldeias que, juntas, formam o Território Indígena (TI) Jaraguá Foto: Google Street View
O bairro possui quatro aldeias que,
juntas, formam o Território Indígena (TI) Jaraguá
Foto: Google Street View
As estudantes do Curso de Turismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, Rafaela Costa de Azevedo (22) e Beatriz Faria (20), estão realizando a Campanha do Alimento e do Agasalho em favor dos índios que vivem no bairro Jaraguá, região noroeste da cidade de São Paulo. As doações começaram no 3 de abril e não têm data para terminar. A ideia é oferecer suporte aos indígenas ao longo do inverno de 2017.

Rafaela disse ao Jaraguá SP Post que teve essa iniciativa depois de ler uma matéria na imprensa que dizia que esses índios estavam precisando de ajuda, "minha maior motivação é poder contribuir com a aldeia de alguma maneira", conta. Ela explica que criou a campanha junto com a amiga Beatriz e que, depois da divulgação, outras pessoas se juntaram a elas.

Essa campanha tem como prioridade a arrecadação os seguintes itens:
  • Alimentos perecíveis e não perecíveis
  • Cobertores
  • Agasalhos, roupas e sapatos (para adultos e crianças)
  • Medicamentos para animais (cães e gatos)
  • Sacos de lixo
Os interessados em participar deverão entregar os itens nestes locais:
  • Lojinha Céu de Maria, que fica em Osasco (procurar por Joice Martins)
  • Lan House NetSpace, que fica na rua Célia Cubici, em Osasco (procurar por Sil Salles)
  • Na rua Coronel Quirino, 1696, em Campinas, até às 9h40 (procurar por Rafaela)
  • Na PUC-Campinas Campus 1, no período da noite (procurar por Rafaela)
  • No Empório Fazenda, na rua Dona Joana de Gusmão, 65, em Campinas (procurar por Elise Schemberg)
  • Na Igreja Divina Estrela, Village Campinas (procurar por Andre Nogueira, que também recebe doações em outros lugares de Campinas, de modo que, os interessados deverão entrar em contato via Messenger com o Andre para saber mais)
  • Na Igreja Aliança Estelar, Salto Pirapora (procurar por Fernando Henrique Teixeira Harder)
  • Na Igreja Beija Flor de Luz, Bertioga (procurar por Lu Barros)
Ainda não há voluntários receptores de doações na cidade de São Paulo. Os paulistanos que estiverem disponíveis para esse trabalho deverão entrar em contato com a Rafaela pelo Messenger, no Facebook.

"O maior aprendizado desse projeto é a união", diz Rafaela, "eu percebi que quanto mais nós ajudamos, mais aparecem pessoas para ajudar e somar a esse propósito", explica, "juntos somos um!", completa.

A saber, o distrito possui quatro aldeias que, juntas, formam o que conhecemos hoje como Território Indígena (TI) Jaraguá, são elas:
  • Tekoa Ytu (Aldeia da Cachoeira)
  • Tekoa Pyau (Aldeia Nova)
  • Tekoa Itawera (Aldeia da Pedra Reluzente)
  • Tekoa Itakupe (Aldeia Atrás da Pedra)
De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem no TI Jaraguá cerca de 98 pessoas, dentre as quais, 10 não se declaram indígenas. Já segundo as estimativas de repórtereshistoriadores e outros profissionais que vão para lá realizar matérias e atividades diversas, há entre 800 e 900 indivíduos divididos entre 140 a 180 famílias.

O TI Jaraguá começou a ser instalado no ano de 1964 aos pés do Pico do Jaraguá. Pouco tempo depois foi transpassado pela rodovia dos Bandeirantes, que foi inaugurada em 1978 e cujo processo de construção desapropriou muitas pessoas na região, tal como se lê no artigo "Expedição fotográfica à Vila Chica Luisa".

Os indivíduos das quatro tribos vivem hoje em condições muito precárias, em um território cada vez mais espremido devido ao crescimento do município de São Paulo e do próprio bairro Jaraguá, que sofreu um boom populacional nos últimos anos.

Sobre o Autor:
Marinaldo Gomes Pedrosa Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976.

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