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Mostrando postagens de novembro, 2019

John Mawe no Jaraguá: um relato de 1807

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Em outubro de 1807 - três meses antes da família real portuguesa chegar ao Brasil em uma cinematográfica escapada do exército de Napoleão Bonaparte (1769-1821) - o naturalista, mineralogista e comerciante de minerais britânico, John Mawe (1764-1829), pisou em solo jaraguense com a finalidade de observar o funcionamento das minas de ouro locais. Lavagem de ouro em Jaraguá SP. Fonte: Viagens ao interior do Brasil, de John Mawe Vale mencionar, quando em 1804 Mawe partira de Londres para uma viagem de seis anos pela América do Sul, ele já possuía no currículo múltiplas viagens náuticas para Marrocos, Jamaica e Bombaim, além de turnês pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Paris. Assim, ele próprio enquanto viajante era uma joia em constante processo de lapidação. Com efeito, uma vez no Brasil, Mawe visitou Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, lugares onde coletou minerais e conchas. Além disso, ele observou, aprendeu e produziu vasto conteúdo, dentre o...

Daniel Kidder no Jaraguá: um relato de 1839

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Entre os anos 1836 e 1842, o missionário metodista norte-americano Daniel Parish Kidder (1815-1891) esteve em viagem pelo Brasil, tendo passado em 1839 pelo Jaraguá, São Paulo. Ao retornar aos Estados Unidos, Kidder escreveu o livro " Reminiscências de Viagens e Permanências no Brasil ” (1845), no qual dedicou várias páginas ao Jaraguá. No trecho que você lerá em seguida, o qual foi obtido por meio do Atlas dos Viajantes no Brasil, Kidder expõe como era a vida na fazenda de Dona Gertrudes aos pés do Pico do Jaraguá. Ele faz menção à senzala dos negros, plantações de café e cana de açúcar, engenho de cachaça e ao processo de fabricação de farinha de mandioca realizado no lugar. Engenho de mandioca (gravura extraída do livro de Kidder) Além disso, Kidder informa como eram as minas de ouro locais e revela como foi uma reunião social da qual participou há quase duzentos anos na fazenda de Dona Gertrudes Jordão que, por sua vez,  hoje nomeia uma rua próxima à igreja m...

Do Jaraguá sem asfalto à conexão com a Terra

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Em meados do século 20, a avenida Jerimanduba foi provavelmente a primeira via asfaltada do Jaraguá SP . Mas não completamente. Um pedaço dela, que corre paralelo à ferrovia e passa por baixo do viaduto local, permaneceu sem capeamento até outubro de 2019. Asfaltamento do último trecho da avenida Jerimanduba Neste intervalo de tempo, mais de 1.000 prédios foram construídos na região. A população do lugar passou de 5 mil para mais de 200 mil pessoas. Foram criadas mais de 130 escolas e quase todas as ruas no espaço entre o Pico do Jaraguá e o Morro de Taipas foram pavimentadas. Trecho em verde foi asfaltado no século passado e o amarelo em 2019 Entretanto, em 1955, quando aos oito anos de idade a filha de imigrantes (pai italiano e mãe húngara), Antônia Aparecida Nezotto (72), chegou a este distrito, a única coisa que lhe separava da terra nua e crua eram os seus sapatos. "Comecei a trabalhar aos 13 anos, no centro de SP, em uma fábrica de cerâmicas", diz, ...