Ipê-rosa antigo corre risco de queda na Vila Nova Jaraguá, diz pesquisador
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O apicultor e pesquisador Mitsiotis alerta para o risco de queda de árvore com raízes expostas na Vila Nova Jaraguá |
De acordo com Mitsiotis, que já publicou no JaraguáSP Post o artigo "Importância ambiental dos margaridões-amarelos da estação Jaraguá", o ipê-rosa é da espécie Tabebuia avellanedae Lorentz, tem cerca de 50 anos, possui um tronco com 64 centímetros de circunferência e mede aproximadamente 15 metros de altura.
"A rua Francisco C. Lavaredas não tem guias, o que faz com que nos períodos de chuva a água escorra para dentro do campinho e provoque a erosão do solo, processo que está deixando as raízes do ipê expostas", informa o pesquisador.
A cada chuva mais terra se desprende do barranco, libera as raízes e aumenta a probabilidade de queda da árvore. Eventualmente, crianças brincam no lugar, o que é um perigo.
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Rua Francisco C. Lavaredas não têm guias, por isso, a água escorre sobre as raízes do ipê-rosa (no centro da foto) e provoca erosão no local |
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Ipê-rosa mede entre 12 e 15 metros de altura |
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Com a erosão, a árvore pode cair a qualquer momento |
Documento enviado à Subprefeitura Pirituba/Jaraguá/São Domingos solicitando a tomada de providências |
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Segundo moradores, o buraco no tronco desta árvore decorre de um episódio em que um garoto tentou derrubá-la com um machado para poder pegar uma pipa que estava presa em seus galhos mais altos |
No mesmo lugar habitam ainda outras espécies como a Croton floribundus Spreng, popularmente chamada de Capixingui, que é uma fonte de alimento para abelhas nativas e africanizadas.
O problema das raízes expostas já causou danos ao distrito recentemente. No dia 21 de outubro de 2016, no cruzamento da avenida Jerimanduba com a rua Teófilo Azambuja, em pleno centro do bairro Jaraguá, uma Araucária augustifolia Kuntze (espécie que produz o pinhão) veio abaixo depois de uma tempestade severa na região.
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Próximo ao ipê-rosa há capixinguis, que são fontes de alimento para abelhas |
De acordo com a cientista da natureza formada pela USP, Lucélia Aparecida Letta, que mora a apenas 250 metros do local do incidente, a araucária possuía aproximadamente 100 anos e estava com as raízes expostas devido a um processo de limpeza do terreno para a construção de apartamentos, problema que se agravou com a erosão do solo provocada pela água das chuvas.
"Depois de vir abaixo, as abelhas que moravam nela fizeram um ruído fúnebre para se despedir deste ser vivo com mais de um século de vida", lamentou Lucélia.
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Araucária tombada na avenida Jerimanduba. Foto: acervo Lucélia Aparecida Letta |
No momento do incidente, o apicultor Mitsiotis encontrava-se em uma lan house próxima dali e relata que foi atacado pelas abelhas que enxamearam depois da queda da araucária, "eram Irapuãs (Trigona spinipes) que atacaram os trabalhadores da companhia elétrica e os transeuntes em um raio de 150 metros. Eu mesmo fui mordido nos braços. As abelhas dessa espécie não ferroam, só mordiscam com suas mandíbulas", conta. Sobre o Autor:
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Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
Até quando os humanos vão ignorar o desaparecimento das abelhas, isto trará imensas consequências a nós mesmos, elas são as mais eficientes polinizadoras da natureza, não dá para ignorar esses insetos, sem a polinização não haverá flores, frutos e plantas, ou seja, será o extermínio de nosso planeta.
ResponderExcluirVamos conservar suas fontes de alimento, para que essas trabalhadoras continuem transportando o pólen da vida.
Parabém Nikolaos pela iniciativa de mostrar a nós os problemas que não queremos ver, que para muitos é simplesmente uma arvore chegando ao seu fim.
Vamos criar sim sentinelas e guardiões como o Nikolaos para cuidar de nossa maior bem que é a natureza e assim sejamos lembrados como uma raça intelectual e não como exterminadores do futuro.