A Concha Acústica do Parque Estadual do Jaraguá (PEJ) é um anfiteatro a céu aberto com degraus cimentados (dispostos em formato circular) que servem como assentos para o público, tal qual os antigos teatros gregos e romanos, construído no sopé do Pico do Jaraguá.
De acordo com o livro "Cadernos brasileiros de Arquitetura" (1986) organizado por Luciano Fiaschi, tal anfiteatro foi concebido em 1976 como resultado de um projeto arquitetônico de Leo Tomchinsky e de um projeto paisagístico realizado pela empresa Suely Suchodoski e Benedito Abbud Arquitetos Paisagistas Ltda., com estrutura de J.K. Kurkdjian e J.S. Kurkdjian, pesquisa de aspectos históricos e culturais de Ana Maria Beluzzo e Glória Motta, sob a coordenação do engenheiro Ariovaldo F. Andrade da C.P.R. Consultoria Projetos e Obras Ltda., todos contratados pela Secretaria de Estado dos Negócios de Esporte e Turismo de São Paulo.
Esses projetos envolveram o zoneamento da parte do sopé do Pico do Jaraguá, onde foram realizadas intervenções no Casarão Afonso Sardinha, gramados, arborização, lagos, pomar, acessos, estacionamento, trilhas e caminhos, além da construção da Concha Acústica (anfiteatro maior), entre outras coisas; e da parte de cima do elevado, onde foram construídos uma esplanada, uma cobertura para a área do bar e de serviços, plataforma para miniférico, belvederes (mirantes) e um anfiteatro menor, bem como intervenções em um bosque de espécies nativas e exóticas.
"As críticas e sugestões, obtidas mediante técnicas próprias de pesquisa, se colocam todas a um nível de exigências apenas elementar, apontando para itens básicos de conforto ambiental, de equipamentos e serviços, ou seja: melhoria das vias internas, abrigos, bancos e mesinhas, sanitários e bebedouros para crianças, limpeza e conservação do local", escreve Fiaschi no referido livro acerca dos projetos de Paisagismo e Arquitetura concretizados no lugar "vale dizer: somente o essencial para melhor fruição daquilo que é o maior atrativo do parque: sua paisagem natural", completa.
A Concha Acústica do sopé do Pico do Jaraguá - onde atualmente todo e qualquer cidadão pode apresentar espetáculos com temática ambiental e cultural - possui como infraestrutura:
"Foi no período militar, quando nos reuníamos para realizar apresentações artísticas em praças públicas, apesar das proibições da era vigente", escreve o então presidente do CCP, Reginaldo Prado, no enunciado da fanpage da instituição no Facebook criada recentemente. Nesse contexto, vale lembrar que a geração seguinte criou o Movimento Cultural Pirituba Jaraguá (Mocupija), que atualmente tem organizado eventos variados em espaços culturais da região como nos CEUs, shoppings, escolas, aldeias indígenas e localidades urbanas abertas em geral.
Outro músico que fazia shows na Concha Acústica na época era o Hamilton Drummer, da banda Asas de Fogo, "eu e o Reginaldo do CCP lutávamos para que as bandas da época tocassem com instrumentos de qualidade", recorda.
Hoje, o anfiteatro do PEJ é utilizado basicamente nos eventos do tradicional Dia das Crianças, festa na qual o parque chega a receber entre 15 mil e 30 mil turistas. Nos demais dias do ano raramente ocorre algum show no lugar.
Os interessados devem procurar a administração do PEJ na rua Antônio Cardoso Nogueira, 539, na Vila Chica Luisa, dentro do bairro Jaraguá, ou tentar outras opções de comunicação, tais como o e-mail <pe.jaragua@fflorestal.sp.gov.br> ou os telefones (11) 3941-2162 / (11) 3943-5222.
Sobre o Autor:
Apresentação de dança realizada na Concha Acústica do PEJ durante evento do Dia das Crianças 2016 |
De acordo com o livro "Cadernos brasileiros de Arquitetura" (1986) organizado por Luciano Fiaschi, tal anfiteatro foi concebido em 1976 como resultado de um projeto arquitetônico de Leo Tomchinsky e de um projeto paisagístico realizado pela empresa Suely Suchodoski e Benedito Abbud Arquitetos Paisagistas Ltda., com estrutura de J.K. Kurkdjian e J.S. Kurkdjian, pesquisa de aspectos históricos e culturais de Ana Maria Beluzzo e Glória Motta, sob a coordenação do engenheiro Ariovaldo F. Andrade da C.P.R. Consultoria Projetos e Obras Ltda., todos contratados pela Secretaria de Estado dos Negócios de Esporte e Turismo de São Paulo.
Esses projetos envolveram o zoneamento da parte do sopé do Pico do Jaraguá, onde foram realizadas intervenções no Casarão Afonso Sardinha, gramados, arborização, lagos, pomar, acessos, estacionamento, trilhas e caminhos, além da construção da Concha Acústica (anfiteatro maior), entre outras coisas; e da parte de cima do elevado, onde foram construídos uma esplanada, uma cobertura para a área do bar e de serviços, plataforma para miniférico, belvederes (mirantes) e um anfiteatro menor, bem como intervenções em um bosque de espécies nativas e exóticas.
Foto antiga sem data (1976?) captada do livro "Cadernos brasileiros de Arquitetura" que mostra o anfiteatro menor do PEJ localizado no topo do Pico do Jaraguá |
A Concha Acústica do sopé do Pico do Jaraguá - onde atualmente todo e qualquer cidadão pode apresentar espetáculos com temática ambiental e cultural - possui como infraestrutura:
- Arquibancada com capacidade para 2 mil pessoas;
- 2 camarins;
- 1 antessala (para uso dos artistas antes de entrarem no palco);
- 1 micro sala (frontal ao público) com vidro fumê para uso do operador de som, vídeo, iluminação, etc.;
- 2 banheiros (dentro do complexo de camarins) para uso dos artistas;
- 2 banheiros (atrás da arquibancada) para uso do público em geral;
- 1 palco arredondado com 15 a 20 metros quadrados;
- Fosso que separa a arquibancada/público do palco/artistas;
- Espaço para restaurante (com cobertura).
Segundo o funcionário da Fundação Florestal que administra o PEJ, Gustavo Lopes, este anfiteatro foi revitalizado juntamente com outras áreas do parque em 2016, "hoje, temos em média 4 shows por ano no lugar, com destaque para a Banda Fanfarra da Guarda Civil e para o Coral da Aldeia Guarani", informa.
A época de ouro da Concha Acústica do PEJ
Nos anos 1980 e 1990, a Concha Acústica do PEJ recebia periodicamente shows musicais e espetáculos de teatro, a maioria promovidos pelo Centro Cultural de Pirituba (CCP). Aquela foi a época de ouro do anfiteatro.
O músico Jailton em ensaio debaixo da parte coberta da Concha Acústica do PEJ em sua época de ouro. Foto: acervo Osmar de Lima Sabiá |
No anos 1970/80/90, bandas como a Tuba Oficina, Asas de Fogo, Nova Era e Aeroplano, entre outras, se revezavam no palco da Concha Acústica do PEJ com musicistas como a compositora e cantora Ná Ozzetti e o reizinho da Jovem Guarda, Ed Carlos, por exemplo, "realizávamos shows em quase todos os finais de semana", diz Osmar de Lima Sabiá, que fazia voz, violão e poesia na Tuba Oficina, "normalmente aquele espaço ficava lotado e, às vezes, com muita gente de pé. A média era de 300 pessoas por shows, mas alguns espetáculos levavam 500, 1 mil ou mais pessoas para lá", revela.
Sabiá conta que tocava canções do Vandré, Chico e clássicos da MPB, mas uma das músicas mais pedidas era a "Modinha do Pico do Jaraguá" composta por Birhu, confira no vídeo:
Outro músico que fazia shows na Concha Acústica na época era o Hamilton Drummer, da banda Asas de Fogo, "eu e o Reginaldo do CCP lutávamos para que as bandas da época tocassem com instrumentos de qualidade", recorda.
Drummer diz que nos anos 1980 o anfiteatro possuía um palco de madeira e não de concreto como é hoje, "minha bateria entrava nas frestas do palco", lembra. Ele conta que, naquela época, também não havia camarins.
Além de shows musicais, a concha recebia espetáculos de dança, artes marciais (capoeira) e peças de teatro. Com o tempo, as apresentações foram minguando, até que se acabaram. De acordo com Sabiá, o movimento se enfraqueceu porque os lideres foram se afastando por causa das correrias da vida.
O CCP era tão influente que, em 1985, a TV Cultura elaborou um documentário intitulado "Cidade dos meus amores", no qual expunha os produtores populares de arte de Pirituba, Jaraguá e Perus do referido centro cultural, muitos dos quais passaram pela Concha Acústica do PEJ, veja:
Hoje, o anfiteatro do PEJ é utilizado basicamente nos eventos do tradicional Dia das Crianças, festa na qual o parque chega a receber entre 15 mil e 30 mil turistas. Nos demais dias do ano raramente ocorre algum show no lugar.
Como apresentar o seu show na Concha Acústica do PEJ?
O anfiteatro do PEJ pode ser reservado por todo e qualquer cidadão para a realização de apresentações exclusivamente culturais e ambientais, tais como:
- Shows musicais
- Espetáculos de dança
- Exibições de artes marciais (capoeira, por exemplo)
- Peças de teatro
- Exibições de vídeos
Anfiteatro do PEJ, também chamado de Concha Acústica. Foto: João Batista Shimoto |
No ato do requerimento do espaço para apresentação de shows e/ou espetáculos, o interessado deve:
- Agendar o evento;
- Assinar termo de responsabilidade (que o torna responsável por quaisquer danos causados ao patrimônio);
- Cumprir as regras estabelecidas pela gestão.
Todo o processo de divulgação do espetáculo fica a cargo do requerente, a menos que a apresentação seja realizada no tradicional Dia das Crianças, evento este que é naturalmente divulgado pelas mídias da Fundação Florestal.
Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
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