Pesquisas da USP sugerem que Pico do Jaraguá pode ser tão poluído quanto a Praça da Sé
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Imagem 1: Nesta foto clicada a partir do Pico do Jaraguá no dia 9 de julho de 2016, em pleno inverno, uma faixa cinza de poluição se estende de ponta a ponta na cidade de São Paulo |
De acordo com a referida reportagem, o ozônio (O3) gerado pela poluição oriunda de automóveis e indústrias na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é empurrado pelos ventos que sopram a partir do mar e se acumula na Serra da Cantareira e nos picos do Jaraguá e do Papagaio que, com os seus mais de 1.100 metros de altitude, bloqueiam parte das partículas, por isso, "[essas áreas] podem ter as mesmas concentrações de ozônio que áreas densamente urbanizadas", menciona o jornalista.
As demais partículas de O3 que não são bloqueadas no Jaraguá e Cantareira espalham-se para Campinas e outras cidades do interior paulista. Essa ocorrência se agrava durante os invernos cada vez mais secos da região. Neste contexto, Fioravanti escreve que, se embalado por ventos mais intensos, o ar poluído da metrópole pode alcançar Bauru, que fica a quase 400 quilômetros de distância.
Quando na estratosfera (entre 25 e 35 quilômetros de altitude), o O3 absorve quase toda a radiação ultravioleta proveniente do sol e, dessa forma, protege os seres vivos contra os efeitos biológicos agudos e crônicos de tal radiação. Nas proximidades do solo, no entanto, essas partículas são tóxicas tanto para as plantas quanto para as pessoas.
Conforme texto de Fioravanti, algumas regiões como Jundiaí, Barueri e Embu podem eventualmente conter um teor de O3 até 50% maior do que no Vale do Anhangabaú ou na praça da Sé, chegando a ultrapassar o limite de segurança que é de 80 ppb (partes por bilhão).
Medições atuais de O3 no Pico do Jaraguá
Em agosto de 2016, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) anunciou que opera no Pico do Jaraguá a sua 60ª estação de qualidade do ar, cujos dados podem ser conferidos a qualquer momento pelos cidadãos, bastando para isso que estes se cadastrem no sistema Qualar.
O Qualar fornece dados sobre qualidade do ar em tempo real. Para o poluente O3, ele gera uma régua com as indicações:
- 0 a 40 ppb: qualidade N1 (boa)
- 41 a 80 ppb: qualidade N2 (moderada)
- 81 a 120 ppb: qualidade N3 (ruim)
- 121 a 200 ppb: qualidade N4 (muito ruim)
- 201 a 400 ppb: qualidade N5 (péssima)
Esse sistema expõe os efeitos causados à saúde e dá dicas de como proteger a sua saúde logo abaixo das graduações (vide imagem 2, cujos dados capturados online às 00h28 do dia 9 de novembro de 2016 via estação Cetesb do Pico do Jaraguá indicam qualidade "N2 - Moderada").
O Qualar apresenta, ainda, relatórios mensais de dados, nos quais é possível verificar que, em várias oportunidades, a quantidade de 03 no Pico do Jaraguá superou às 121 ppb, o que representa uma qualidade de ar muito ruim na região.
Sobre o Autor:
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Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
Não é fato....vejo os boletins da Cetesb e normalmente os dados do Jaraguá estão melhores que todos os outros marcadores na capital.
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