A prefeitura, o Sistema Ambiental Paulista, a mídia local, as agências de turismo e outras instituições são unânimes ao afirmar que o Pico do Jaraguá - que tem 1.135 metros acima do nível do mar (a.n.m) - é o lugar mais alto da cidade de São Paulo, porém, há quem discorde (vide imagem 1).
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Imagem 1: Qual o lugar mais alto de São Paulo?
(clique sobre a imagem para ampliar) |
Morador do Parque Panamericano, no bairro Jaraguá, o serigrafista e cicloturista Luiz Santos (38 anos) disse que em julho de 2016 fez um passeio de bicicleta pela borda da Serra da Cantareira, no local chamado "Torres Parque Taipas" (imagem 6), usando no celular o aplicativo de navegação e telemetria Strava, o qual demarcou a altitude máxima de 1.207 metros a.n.m., isto é, 72 metros a mais do que o Pico do Jaraguá (vide imagem 2 e clique em telemetria Strava para visualizar o trajeto e medições).
De acordo com Santos, não dá para ver nada de cima do referido elevado, "o lugar é rodeado de árvores, por isso, não dá para enxergar nenhuma paisagem do município", revela. De fato, só é possível enxergar ao longe ao subir nas torres ou ao utilizar algum artifício extra como um drone ou outro recurso integrado a uma câmera fotográfica (vide imagens 8 e 9).
Dois meses mais tarde, na companhia do amigo cicloturista Denni Ferri (40 anos), Santos voltou às Torres Parque Taipas e registrou em outro ponto nas imediações a altitude de 1.211 metros por meio do aplicativo Wikiloc. Ele disse que chegou a contabilizar 1.214 metros, mas por algum motivo o aplicativo não guardou esse último registro (clique em telemetria Wikiloc para visualizar o trajeto e medições).
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| Imagem 4: neste mapa do Jaraguá distribuído pela Prefeitura de São Paulo, o cume do elevado onde estão as Torres Parque Taipas aparece dentro dos limites do distrito (no alto à direita) |
"Ao pesquisar meu trajeto no Google Maps, eu vi que esse ponto não fica em Caieiras e nem em Mairiporã, ou seja, ele está dentro da cidade de São Paulo", conta Santos.
Paira, no entanto, uma dúvida no ar. Como se pode observar na "imagem 3", o elevado das Torres Parque Taipas está posicionado na divisa dos bairros paulistanos de Perus e Jaraguá e do município de Caieiras. Já no mapa da Prefeitura de São Paulo (imagem 4), ele está inserido dentro dos limites do Jaraguá. Daí surge a questão: o cume do elevado estaria dentro da terra da garoa ou da terra dos eucaliptos? Para tirar essa dúvida seria necessário recorrer aos serviços de um topógrafo.
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Imagem 5: nesta fotografia clicada a partir do Pico do Jaraguá
você vê ao longe a borda da Cantareira, o Parque Taipas e o
elevado das Torres Parque Taipas.
(clique sobre a imagem para ampliar) |
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| Imagem 7: antenas do elevado das Torres Parque Taipas. Foto: acervo Marinaldo Gomes Pedrosa |
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| Imagem 8: torres Parque Taipas em uma visão "de cima". Foto: acervo JhoOnnynho |
Não obstante, antes mesmo que Santos e Ferri se aventurassem pela Serra da Cantareira e demarcassem a altitude do elevado das Torres do Parque Taipas, alguém não identificado já havia escrito um artigo para a Wikipédia intitulado "Alto da Vista Alegre" sobre o assunto, mas sem as provas da telemetria, que agora estão disponíveis.
Assim como o Pico do Jaraguá, o morro de Taipas pode ser visto a partir de muito longe (de bairros centrais de São Paulo, por exemplo) por entre as frestas de um prédio e outro.
Apesar de o elevado das Torres do Parque Taipas ser maior do que o Pico do Jaraguá, este último tem uma antena de 130 metros, o que eleva a sua altitude (de forma artificial) para 1.265 metros a.n.m.
Sobre o Autor:
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Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
colega vc sabe qual a altimetria do pico do urubu
ResponderExcluirOlá, amigo! Se você estiver falando do Pico do Urubu localizado em Mogi das Cruzes, há textos de vários autores publicados na internet, e também as curvas de nível dos mapas via satélite do Google Maps, que revelam que ele possui entre 1.140m e 1.160m.
ExcluirOi meu caro Naldo, sempre bacana as suas postagens, adoro. A foto antiga de chamada do Pico do Jaraguá, segundo meus estudos, indicam que é de 1969. Já quanto ao ponto mais alto da cidade de SP me parece mesmo que não é o Pico. Há uma publicação de Aziz A'Saber de 1958, sobre o sitio urbano de São Paulo,onde ele se refere sim a algum elevado da Serra da Cantareira. Esse brilhante geógrafo, já falecido, trata com muitos detalhes sobre a geomorfologia e também a geologia de onde se implantou a cidade de SP. Por outro lado, não podemos deixar de considerar as tantas transformações e mesmo interferências de usos ao longo da história que alteraram essas altitudes, como cortes, por exemplo, além da sua erosão como processo natural de evolução dessas encostas.
ResponderExcluirObrigado pelas dicas, Ana. Vou procurar saber mais sobre o Aziz A'Saber.
ExcluirParabenizo as preciosas informações... Temos muito a descobrir sobre o local onde vivemos!
ResponderExcluirObrigado, Soraia! Verdade, o Jaraguá é pequeno, tem só 28 km², mas tem muita coisa na paisagem que é um mistério para todos nós.
ExcluirVim aqui pesquisando por ponto mais alto em SP, justamente por também encontrar esse ponto em Taipas... e... considerando que seja apenas na Capital Paulista, porque tem uns montes de 1500, 1800 e 2500m já próximo do RJ!
ResponderExcluirOlá, Afneto! Certamente, neste post eu abordo apenas a região onde está a cidade de São Paulo.
ExcluirNeste mapa está faltando constar o Morro do Cruzeiro, no Jardim Santo André, Zona Leste, divisa com o município de Mauá, com seus 998 m de altitude. Tem vegetação rasteira, portanto, com visibilidade para toda a região do ABC e ampla visão da parte Leste de São Paulo. A área está sendo incorporada ao Parque Cabeceiras do Aricanduva, em processo de criação na Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Há, também, antenas de telecomunicações no topo, sendo portanto acessível por veículos e bicicletas. Vale conhecer.
ResponderExcluirNão pretendíamos colocar todos os picos locais na imagem, mas apenas alguns como referência. Obrigado pela contribuição e participação aqui nos comentários.
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