O Rei da Pamonha está nos limites do Conjunto Residencial Bandeirantes, segundo relatos de uma funcionária |
No trajeto, paro no restaurante localizado na rodovia dos Bandeirantes, O Rei da Pamonha, onde lancho uma pamonha com queijo, bebo um refrigerante e tomo um sorvete de milho.
Uma hora mais tarde, prossigo viagem e chego à portaria do clube Aerosampa, na avenida Chica Luíza, 1687, onde sou recepcionado por um senhor que me entrega uma comanda. Passo a guarita e subo uma rua de terra. Viro à esquerda e dou de cara com um dos dois picos do bairro Jaraguá, precisamente o Pico do Papagaio, em um ângulo que nunca havia visto antes.
Pico do Papagaio visto a partir da entrada do clube Aerosampa |
Cenário de boas-vindas ao clube Aerosampa |
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Pista do clube Aerosampa |
- Não se preocupe. Os tiros que você ouviu partiram de uma escola de tiro localizada ao lado - ela me conta.
Surpreso por perceber que existe uma escola de tiro no bairro e muito mais calmo com a revelação feita pela moça, pergunto a ela como funciona o Aerosampa.
- Nós estamos há mais de 15 anos no mercado - ela diz -, temos um curso de 20 aulas.
- Qual o preço? - questiono.
- Cada aula custa R$ 35,00.
- Quanto tempo demora para alguém concluir o curso e se tornar um piloto?
- Em média um a três meses. Tudo vai depender da assimilação do aluno.
Peço permissão a Emilly para fotografar e andar pelo clube, que tem uma pista asfaltada de 180 metros com capacidade para o uso simultâneo de até seis pilotos aeromodelistas e uma pista de grama para heliomodelismo.
Pista de aeromodelismo do Aerosampa |
Loja do clube Aerosampa |
No comando de um aeromodelo encontro um piloto que se apresenta como Luis Mausone.
- Não fique tão próximo da pista - ele me pede -, o avião pode bater em você e te machucar.
- Até que distância você consegue manter o controle do aeromodelo? - eu quis saber.
- Na teoria, até um quilômetro. Só que, na prática, a um quilômetro de distância a gente não consegue enxergar a aeronave. Então, só conseguimos controlá-la de verdade em um raio de aproximadamente 300 metros.
Mausone no controle de um aeromodelo, no Aerosampa |
- Você não precisa de um curso para aprender a operar um drone - ele me informa -, os comandos são simples e fáceis de manipular.
- E quanto aos helicópteros? O que você mais curte no heliomodelismo? - pergunto.
- Eu gosto de fazer o First Person View (FPV).
- O que seria isso?
- A gente coloca uma câmera dentro do helicóptero. Essa câmera é integrada a um óculos que usamos enquanto pilotamos a aeronave, o qual projeta as cenas em tempo real como se estivéssemos dentro da cabine.
Papa me diz que um instrutor chamado Wanzam costuma publicar vídeos FPV no Youtube. A seguir é possível ver um desses vídeos feitos dentro do clube Aerosampa:
Acho a ideia do FPV muito divertida, no entanto, eu precisava partir e continuar a expedição fotográfica. Me despeço do pessoal do clube Aerosampa e, na saída, fico sabendo do porteiro que há uma tribo indígena nas imediações.
Mais à frente de onde estou, logo além do Rodoanel Mário Covas, localizam-se o Jardim Britânia e o Conjunto Residencial Sol Nascente que, de acordo com os mapas da Prefeitura de São Paulo, pertencem ao bairro Anhanguera e não ao bairro Jaraguá, logo, não serão objetos de minhas expedições.
Retorno, então, quinhentos metros pela avenida Chica Luíza e entro na parte povoada do Conjunto Residencial Bandeirantes. Percorro algumas de suas 12 ruas. Percebo que ali, assim como na Vila Homero, há um posto da Sabesp, o qual é denominado Estação de Tratamento de Esgoto Bandeirantes.
Este é o único lugar público que os moradores do Conjunto Residencial Bandeirantes, no Jaraguá, têm para se divertir |
Subo o morro, que tem 800 metros de altitude. Lá em cima, ouço e vejo os aviões do clube Aerosampa fazerem as mais diversas acrobacias. Caminho até a rua Pedro de Pastrana. No lugar encontro uma pequena quadra, na qual crianças jogam futebol.
- Este é o único lugar público que temos para brincar por aqui - me diz um morador chamado Eduardo Teixeira.
Teixeira me informa que aquela quadra fora instalada por volta do ano 2002 juntamente com um playground que, por falta de manutenção, hoje já não existe mais. Ele também me dá mais detalhes sobre a tribo indígena dos Guarani Mbyá instalada nas proximidades.
A construção azul é uma das três transportadoras do local |
Marinaldo Gomes Pedrosa é formado em Jornalismo pela UniSant'Anna. Vive no bairro Jaraguá desde 1976. |
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